domingo, 11 de abril de 2010


E se, quando acordasse...

...e movendo pesadamente o corpo, que resiste, sentasse na beira da cama e ali ficasse por alguns instantes, pensando, distinguindo nos primeiros momentos desse despertar, o sonho, se é que sonhou, do que imediatamente toma conta do seu pensar, assim cedo, assim imediato, e antes mesmo de tomar um café, preto, em uma xícara pequena, porcelana, o desenho já gasto, acendesse o primeiro dos tantos cigarros que fumaria nesse dia, e decidisse refletir um pouco sobre a vida, pretensão essa, pensar sobre a vida, mas vá lá, às vezes, em determinados momentos, é só o que resta, e verificasse que já se passaram alguns bons pares de anos, todos enfileiradinhos lá prá trás, e verificasse que as coisas não se modificaram tanto assim, e que realmente, estamos sempre retomando nossas questões, em busca de uma solução definitiva, que não há, pois questões de qualquer tipo, existenciais então, nem se fala, são e serão, sempre, eternas companheiras, e, pior, sabemos disso, negamos, apenas, para podermos seguir assim, sentando de vez em quando, na beira da cama, ao acordarmos, para constatar, que na realidade, queremos apenas dar um bom termo ao que iniciamos, seja lá o que for, varrer a casa, continuar escrevendo aquele romance, retomando teses, tentando abandonar o cigarro, pagar as contas, retomar as caminhadas, ahah..., ter paciência com tudo e com todos, nossa, essa é difícil, não temos nem conosco, imagina, tirar o pó dos móveis removendo a maquiagem do tempo para mantê-los assim, sempre novos, aparentemente, nos informam que o tempo não passou, aparentemente, mas passou, sim, realmente, continuarmos a preocuparmo-nos com nossos filhos, para quem os tem, para os que não, a possibilidade de tê-los, ou não, enfim, retomar a idéia de revolução, quem sabe, a coisa tá braba,  e lá seguimos numa sucessão fabulosa de coisas, nossa, quanta coisa, que só pensamos nesses momentos, nos demais, seguimos correndo, cheios de melindres mentais, ah! prá quê pensar nisso nessa hora, bom, pensa noutro momento, então, mas não, e seguimos assim, os dias passando, e nós, de certa maneira, alguns, ao menos, ficando, protelando, o que, pode ser uma estratégia de aprisionar o tempo, ou não, depende, de qualquer maneira hoje é, novamente, domingo, êta diazinho chato, tô eu aqui comendo pedaços de queijo parmesão e tomando um café preto, nossa, é muito bom, aí, uma pausa e acendo um cigarro, e já nem lembro sobre o que estava escrevendo, tô com preguiça de rever e vai assim mesmo... afinal, é domingo...e domingo é dia de se fazer tudo e nada, logo....vou voltar para a cama, coisa boa, retomar a leitura de meu livro e  esperar para ouvir a voz da minha amada, ah, agora sim, tem sentido acordar cedo num dia de domingo.....     

Um comentário:

  1. "esperar para ouvir a voz da minha amada, ah, agora sim, tem sentido acordar cedo num dia de domingo..... "
    ah, bem sei essa sensação...domingos sempre tem sol quando estou do lado do amor...

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